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Dona Beija
Dona Beija

     
 
 
DONA BEIJA
 

Ana Jacinta de São José
Retrato de Ana Jacinta de São José ao interno do Museu Dona Beja, em Araxà MG


Ana Jacinta de São José, conhecida como Dona Beja (Formiga (Minas Gerais), 1800 — Bagagem, 1873) foi uma personalidade influente no século XIX na região de Araxá, Minas Gerais.

Ela chegou a Araxá com os avós em 1805. À medida que se tornava moça, a beleza de Ana ia causando inveja nas outras mulheres. Durante toda a vida, Dona Beija, como ficou conhecida, irritou as mulheres e encantou os homens. Apaixonada pelo fazendeiro Manoel Fernando Sampaio, Ana Jacinta tornou-se sua noiva. O noivo lhe deu o apelido de “Beija” por compará-la à doçura e à beleza da flor “beijo”.

Em 1815, a bela jovem é raptada pelo ouvidor do Imperador, Joaquim Inácio Silveira da Motta, que fica fascinado com sua beleza. Por dois anos, Beija viveu como amante do ouvidor na Vila do Paracatu do Príncipe. Depois disso, ele retorna para Portugal e Ana Jacinta retorna a Araxá assim que recebe a notícia que seu ex-amor Antônio havia casado com outra.

Ao chegar a Araxá, ela encontrou um ambiente hostil. A conservadora sociedade local não a via como vítima, mas como uma mulher sedutora de comportamento duvidoso. Entretanto, as mulheres da cidade, consideravam-na um grande risco para os valores éticos da época e sendo assim, tornou-se uma pessoa indesejada e marginalizada pela sociedade.

Para vingar-se de Antônio, por ele ter casado com outra, Ana Jacinta resolveu prostituir-se e tornar-se amante de todos os homens que estavam casados com as mulheres que a condenaram.

Ajudada por seus amigos, construiu uma magnífica casa de campo, com o intuito de ali instalar um luxuoso bordel, conhecido como a “Chácara do Jatobá”. Dona Beija, como passou a ser conhecida, deitava a cada noite, com um homem diferente se este lhe pagasse bem, mas à condição de poder decidir com quem dormir. Ela se tornou célebre, atraindo os homens das regiões mais remotas, para conhecer os seus encantos: esses a cobriram de dinheiro, jóias e pedras preciosas.

A lenda conta a existência de uma “Fonte da Jumenta”, água miraculosa, que concedia juventude, saúde e beleza a Dona Beija e onde ela banhava-se todos os dias.Conta-se que Dona Beija jamais esqueceu Antônio e que permaneceu sempre o seu grande amor. Uma noite, movido pela embriaguez, invadiu a “Chácara do Jatobá” e D. Beija terminou por escolhê-lo, dormiu com ele, engravidou e deu luz a uma menina.

Dona Beija quem ordenou para que matassem Antônio, a fim de vingar-se da família dele que era contra o caso amoroso entre o seu filho e Dona Beija. Ela, por causa disso, foi à justiça, mas seria libertada com a ajuda dos seus fiéis amigos.

Beija decidiu partir de Araxá com a filha em meados de 1853, num cortejo formado por carroças bem talhadas, a fim de transformar sua vida, se mudando para Bagagem (hoje Estrela do Sul).

Ela passou a morar numa casa grande com uma senzala nos fundos onde ficavam os escravos. Dona Beija também chegou a tocar garimpo e ganhou muito dinheiro com os diamantes que encontrou.

Pouco antes de morrer, dona Beija deixou-se fotografar. Doente, se pôs de pé, apoiada numa cadeira.

Em 20 de dezembro de 1873, diz a lenda que, ela faleceu com tuberculose devido a intoxicação com metais utilizados no garimpo. Ela foi enterrada em um caixão com adornos em zinco, cuja, suspeita-se ter sido encontrado em junho de 2011, durante escavações para construção de um chafariz, na cidade de Estrela do Sul, na praça da Igreja Matriz, onde havia o antigo cemitério da cidade.

A telenovela brasileira produzida pela Rede Manchete, Dona Beija, foi inspirada em sua vida.

 

Fonte Wikipédia